Uma turma de onze pessoas, entre profissionais, técnicos, produtores rurais e estudantes de diferentes estados nordestinos participou, entre os dias 24 e 26 de setembro, do II Curso de Inseminação Artificial Transcervical em Caprinos, promovido pela Embrapa Caprinos e Ovinos na sua sede em Sobral (CE). É a segunda capacitação voltada para a disseminação da técnica desenvolvida e aplicada pela Embrapa desde 2011, que busca um método mais eficiente de inseminar cabras, reduzindo o estresse e o risco de lesões nos animais, em comparação aos métodos tradicionais.
A Técnica Embrapa de Inseminação Artificial Transcervical em Caprinos traz como diferenciais a posição do animal durante o processo e a fixação, com pinça apropriada, que facilita o processo da passagem da pipeta de inseminação até o útero. Com a cabra sobre as quatro patas, uma posição semelhante à da monta natural, a tendência é que haja melhor bem-estar e menor risco de lesões, em comparação à técnica tradicional, em que o animal fica de ponta-cabeça.
“É uma técnica menos estressante, com menor risco de acidentes e que tem elevado grau de deposição de sêmen no útero e possibilidade de fertilização da fêmea”, explica o médico veterinário Alexandre Monteiro, analista da Embrapa Caprinos e Ovinos, que ministrou o curso. Outra vantagem apontada é a redução do esforço do manejador, que pode otimizar o tempo para inseminar mais animais.
A possibilidade de uso da técnica para ações de melhoramento genético, foi um dos principais atrativos para o curso, segundo os participantes. “É importante conhecer a Técnica e ver que posso lá na propriedade, com sêmen melhorado e ter uma produção boa”, afirmou Rafael Ubirajara, produtor rural e estudante de Medicina Veterinária de Sobral (CE). “Após este curso, quero praticar nas propriedades de pessoas conhecidas e na da minha família. A intenção é continuar fazendo melhoramento e aumentando a criação”, disse o técnico agropecuário João Evaristo, também de Sobral (CE).
Outros participantes apontaram a necessidade de disseminar a Técnica para outros rebanhos e regiões do Nordeste brasileiro, como forma de impulsionar a caprinocultura. “Para o Nordeste, é uma técnica que pode levar à melhoria da qualidade genética, baratear custo da operação e beneficiar propriedades”, destacou Glayde Veras, médica veterinária e professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA). “A inseminação em caprinos ainda não é muito comum no Maranhão, mas tem possibilidade de crescer”, reforçou Louis Silva, zootecnista do grupo Montagro, em Bacabal (MA).
Para Alexandre Monteiro, a expectativa é de que a capacitação de pessoas na Técnica Embrapa de Inseminação Artificial Transcervical (no primeiro curso, realizado em 2018, foram 8 pessoas) facilite, ao longo do tempo, a propagação de material genético de alta qualidade entre rebanhos de caprinos no Nordeste e outras regiões do país.
Adilson Nóbrega (MTB/CE 01269 JP)
Embrapa Caprinos e Ovinos
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