Começa a colheita da canola no Rio Grande do Sul

 

A colheita da canola, já começou na região noroeste do Rio Grande do Sul, onde estão concentrados os cultivos no Brasil. A cotação dos grãos, equiparada ao preço da soja, traz boas expectativas aos produtores. 

A área de canola cresceu 12% neste ano, com os cultivos concentrados no Rio Grande do Sul, principalmente na região do noroeste/missões, onde as lavouras estão mais próximas da indústria esmagadora que fomenta a produção. Segundo o levantamento da Associação Brasileira dos Produtores de Canola (Abrascanola) a área com canola no Brasil contabilizou 37 mil hectares nesta safra, com cultivos no RS, SC e PR. As primeiras colheitas atingiram cerca de 500 hectares na primeira semana de agosto, mas as operações deverão ser intensificadas na metade de setembro.

De acordo com a Embrapa Trigo, a maioria das lavouras está na fase da floração, momento decisivo para a produtividade da canola: “Alguns híbridos de canola podem ficar até dois meses em floração. É neste momento que acontece a visitação dos polinizadores, como as abelhas, que pode levar a um aumento de produtividade de até 30% na canola”, explica o pesquisador Alberto Marsaro Junior. O pesquisador sugere algumas práticas para favorecer a presença dos polinizadores nas lavouras como o manejo adequado de inseticidas, preservação da vegetação nativa no entorno e, ainda, a parceria entre agricultor e apicultor para levar as colmeias até a lavoura. 

Saiba  mais assistindo o vídeo sobre insetos polinizadores na canola:

 

Os especialistas recomendam cuidados especiais com as lavouras neste momento, como o controle da traça das crucíferas com inseticidas seletivos para evitar o impacto sobre os polinizadores, bem como a atenção na aplicação dos fungicidas: “O uso de defensivos na canola é menor quando comparado aos demais cultivos de grãos, permitindo economia e menor impacto ao ambiente”, conclui o analista da Embrapa Trigo Paulo Ernani Ferreira, destacando, ainda, que não estão previstas geadas de grande intensidade durante a floração, com pouco prejuízo às produtividades já que as plantas tendem a gerar novas flores após a morte da camada que foi afetada.

Dica: são mais de 40 espécies nativas de abelhas que atuam como polinizadores da canola. Para orientar a correta identificação dos insetos na lavoura, a Embrapa elaborou a publicação “Insetos-praga, predadores e polinizadores da cultura da canola”, que detalha as principais espécies de pragas e inimigos naturais que visitam a canola. 

Alternativa de renda no inverno

A canola é um cultivo de inverno que permite o encaixe no sistema de produção, utilizando o mesmo maquinário destinado à soja no verão. Diferente dos cereais de inverno (como trigo, aveia, cevada e outros), a canola é uma oleaginosa, possibilitando a quebra no ciclo de pragas e doenças na rotação de culturas. A canola também sai mais cedo da lavoura, favorecendo a antecipação dos cultivos de verão como a soja e o milho. “A canola é mais uma alternativa para o inverno possibilitando a diversificação dos cultivos, o que vai favorecer tanto o ambiente como o bolso do produtor que fica menos dependente das oscilações do mercado”, argumenta o analista da Embrapa Trigo Paulo Ernani Ferreira.

Conforme o Presidente da Abrascanola, Vantuir Scarantti, a média de rendimentos nas lavouras de canola deverá ficar entre 25 a 30 sacos por hectare (sc/ha), com o custo de produção estimado entre 10 a 12 sc/ha. “Os contratos foram fechados a R$ 108,00 a saca de canola, o que deixa um lucro na margem de R$ 1.500,00 por hectare. Sem dúvidas é um momento especial para uma cultura de inverno”, avalia Vantuir.

A produção de canola no Brasil é tema do podcast Falando de Trigo, disponível no site da Embrapa Trigo e nas principais plataformas de áudio nas redes digitais.

Joseani M. Antunes (MTb 9693/RS)
Embrapa Trigo

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