O Pesquisador da Embrapa Pantanal, Ivan Bergier, é um dos autores do estudo publicado nesta terça-feira, 27/02, na revista Nature Communications, que revela a descoberta de dois novos vírus gigantes no Brasil. Os dois pertencem a um novo gênero batizado de Tupanvirus e têm uma complexidade genética jamais encontrada em qualquer outro vírus. Segundo os autores da pesquisa, esses vírus gigantes possuem o genoma muito sofisticado e poderão levar a uma revisão da classificação dos seres vivos.
O Coordenador do estudo, o biólogo Jônatas Abrahão - professor do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explica que os dois vírus foram encontrados em ambientes aquáticos extremos, em condições semelhantes às que deram origem às primeiras formas de vida na Terra, há bilhões de anos.
O primeiro Tupanvírus foi encontrado no sedimento de uma salina localizada em uma fazenda ao sul da região do Pantanal da Nhecolândia, em Corumbá (MS). Posteriormente, foi identificado um segundo vírus gigante, muito similar ao primeiro, em sedimentos marinhos coletados por um robô da Petrobras, a cerca de 3 mil metros de profundidade, na região da Bacia de Campos, litoral do Rio de Janeiro.
Em 2013, o pesquisador da Embrapa Pantanal, Ivan Bergier, foi convidado para participar do projeto “Diversidade dos Vírus Gigantes e Virófagos em Diferentes Biomas Brasileiros: Estudo Biológico e Análise Genômica”, coordenado pelo professor Jônatas. Além de contribuir na pesquisa dos vírus gigantes, Ivan conta que o interesse no compartilhamento de amostras visava melhor entender o metabolismo de archaea, bactérias e cianobactérias extremófilas e a origem das salinas - objetivo de estudo de outro projeto intitulado “Mudanças paleo-hidrológicas, cronologia de eventos e dinâmica sedimentar no Quaternário da Bacia do Pantanal”, coordenado pelo geólogo e professor da Unesp de Rio Claro, Mario Luis Assine.
“Ao invés de identificar os microrganismos extremófilos, vinculados ao metabolismo das salinas, a surpresa foi encontrar um vírus que possui material genético similar ao de archaea, bactérias e eukarya”, explica Bergier. “A inovação mora no acaso”, completa Ivan.
Os cientistas sequenciaram os genomas completos dos dois Tupanvirus e encontraram um conjunto praticamente completo dos genes relacionados à produção de proteínas. "Com a descoberta desses supervírus, vimos que esses genes podem estar presentes nos genomas virais. Mas o Tupanvirus possui os genes necessários para incorporar todos os 20 tipos existentes de aminoácidos nas proteínas", explica Jonatas.
Para os pesquisadores os Tupanvirus podem ser considerados uma espécie de "elo perdido" na evolução das espécies, mas não infectam humanos, apenas diferentes tipos de amebas, que são organismos também muito antigos na história evolutiva das espécies.
Clique aqui para ter acesso ao artigo publicado na Nature Communications "Tailed giant Tupanvirus possesses the most complete translational apparatus of the known virosphere" .
O Coordenador do estudo, o biólogo Jônatas Abrahão - professor do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explica que os dois vírus foram encontrados em ambientes aquáticos extremos, em condições semelhantes às que deram origem às primeiras formas de vida na Terra, há bilhões de anos.
O primeiro Tupanvírus foi encontrado no sedimento de uma salina localizada em uma fazenda ao sul da região do Pantanal da Nhecolândia, em Corumbá (MS). Posteriormente, foi identificado um segundo vírus gigante, muito similar ao primeiro, em sedimentos marinhos coletados por um robô da Petrobras, a cerca de 3 mil metros de profundidade, na região da Bacia de Campos, litoral do Rio de Janeiro.
Em 2013, o pesquisador da Embrapa Pantanal, Ivan Bergier, foi convidado para participar do projeto “Diversidade dos Vírus Gigantes e Virófagos em Diferentes Biomas Brasileiros: Estudo Biológico e Análise Genômica”, coordenado pelo professor Jônatas. Além de contribuir na pesquisa dos vírus gigantes, Ivan conta que o interesse no compartilhamento de amostras visava melhor entender o metabolismo de archaea, bactérias e cianobactérias extremófilas e a origem das salinas - objetivo de estudo de outro projeto intitulado “Mudanças paleo-hidrológicas, cronologia de eventos e dinâmica sedimentar no Quaternário da Bacia do Pantanal”, coordenado pelo geólogo e professor da Unesp de Rio Claro, Mario Luis Assine.
“Ao invés de identificar os microrganismos extremófilos, vinculados ao metabolismo das salinas, a surpresa foi encontrar um vírus que possui material genético similar ao de archaea, bactérias e eukarya”, explica Bergier. “A inovação mora no acaso”, completa Ivan.
Os cientistas sequenciaram os genomas completos dos dois Tupanvirus e encontraram um conjunto praticamente completo dos genes relacionados à produção de proteínas. "Com a descoberta desses supervírus, vimos que esses genes podem estar presentes nos genomas virais. Mas o Tupanvirus possui os genes necessários para incorporar todos os 20 tipos existentes de aminoácidos nas proteínas", explica Jonatas.
Para os pesquisadores os Tupanvirus podem ser considerados uma espécie de "elo perdido" na evolução das espécies, mas não infectam humanos, apenas diferentes tipos de amebas, que são organismos também muito antigos na história evolutiva das espécies.
Clique aqui para ter acesso ao artigo publicado na Nature Communications "Tailed giant Tupanvirus possesses the most complete translational apparatus of the known virosphere" .
Por Raquel Brunelli d´Avila
Fonte: Embrapa
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