Entidades apontam que novo Fethab triplica cobrança sobre a soja e é ainda maior no algodão



Dirigentes de entidades que compõem o Fórum Agro MT reuniram-se, ontem à noite, na Famato, com o vice-governador Otaviano Pivetta, os secretários Rogério Gallo (Fazenda) e Mauro Carvalho (Casa Civil) e apresentaram os impactos que o Projeto de Lei do novo Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), do governo Mauro Mendes, causará ao setor produtivo rural. O superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca, fez uma apresentação com base nos dados dos valores já descontados do produtor rural para o fundo e como podem ficar com a nova proposta do governo.

O produtor de soja, por exemplo, que atualmente paga R$ 0,80 de Fethab por saca, com a nova proposta passaria a pagar três vezes mais, ou seja, R$ 2,34 por saca – Mato Grosso é o maior produtor nacional. Os produtores de milho e de cana-de-açúcar, que até então não tinham os descontos, pagariam respectivamente R$ 0,50 por saca e R$ 0,69 a tonelada. No caso do algodão – o setor mais impactado – a cobrança saltaria de R$ 0,21 para R$ 4,17 por arroba. Em relação ao boi, a contribuição direta ao fundo aumentaria de R$ 41,95 por cabeça para R$ 50,95 por cabeça.

Quando comparados aos demais estados do país, os números demonstram que as alíquotas cobradas em Mato Grosso estão bem acima do que é praticado em outras regiões. Para abater o boi, por exemplo, o pecuarista de Mato Grosso paga R$ 41,95 por cabeça, enquanto em Mato Grosso do Sul é cobrado R$ 18,92/cabeça, em Goiás R$ 7,30/cabeça e R$ 2,42/cabeça no Pará.

“Nós contribuímos com o estado, mas determinadas taxações são insustentáveis para o setor. Estamos dispostos a continuar contribuindo como sempre fizemos, mas precisa haver critério para não inviabilizar a atividade”, afirmou, através da assessoria, o presidente da Famato e do Fórum Agro, Normando Corral.

O presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo-MT), Paulo Bellicanta, ambas as partes apresentaram números e houve discussão sobre os impactos. “Expusemos a dificuldade de alguns setores e o que poderia causar o acréscimo. Já o governo expôs as suas necessidades. A partir disso, discutimos setorialmente os números. Ficou agendada uma nova reunião para amanhã (terça-feira) e, então, podemos ter uma evolução prática”, afirmou Bellicanta, ao Só Notícias. Para Paulo, o setor frigorífico em Mato Grosso pode ter dificuldades, caso as mudanças sejam aprovadas.

Participaram da reunião dirigentes da Famato, Aprosoja, Ampa, Acrimat, Acrismat e Aprosmat, representantes dos setores de cana-de-açúcar (Sindalcool), madeira (Cipem), etanol de milho (Unem), feijão, trigo e irrigantes (Aprofir), além do ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi e Erai Maggi, que estão entre os maiores produtores e exportadores de grãos do Estado.

As negociações devem continuar até o final desta semana e a assessoria informa que esta é a segunda reunião das lideranças do Agro com o governo.
 
Fonte: Agronotícias

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