Nutrição mineral em animais domésticos: conceitos e novos avanços tecnológicos


Os elementos minerais essenciais aos organismos vivos representam cerca de cinco por cento (5 %) do peso vivo de um animal adulto. MacDowell, 1999, de acordo com Teixeira, 2001, cita que os elementos minerais essenciais denominados de macrominerais são formados por sete elementos, sendo os seguintes: Cálcio (Ca); fósforo (P); potássio (K); magnésio (Mg); sódio (Na); enxofre (S) e cloro (Cl). Os elementos minerais essenciais classificados como micro minerais, são formados por dezoito minerais, de acordo com MacDowell, 1999. Os micro – minerais essenciais são os seguintes: arsênio; boro; cádmio; cromo; cobalto; cobre; flúor; iodo; ferro; lítio; manganês; molibdênio; níquel; selênio; sílica; estanho; vanádio; zinco. Portanto, atualmente, vinte e cinco elementos minerais são reconhecidos como essenciais à dieta dos animais. Vale ressaltar que alguns destes elementos foram reconhecidos recentemente, como é o caso do cromo, tido como essencial na ultima revisão do National Research Council - NRC, beef Cattle, em 1996.

De um modo geral, a suplementação mineral tem sido realizada com base nas formas salinas inorgânicas simples, como cloretos, óxidos, carbonatos e sulfatos, ou complexas, como farinhas de ostras e farinhas de ossos. Mais recentemente, teve inicio a utilização de fontes de minerais em forma orgânica e estas fontes de minerais estão sendo consideradas como a nova fronteira da suplementação mineral.


Os minerais, quando em forma orgânica, além da apresentarem maior biodisponibilidade, são mais tolerados pelo organismo animal quando comparados às fontes inorgânicas, em razão de fatores que incluem a sua neutralidade, ou seja, ausência de carga elétrica.

Por definição, um quelato forma-se quando duas ou mais partes separadas e únicas de uma mesma molécula ligante (neste caso, um aminoácido) formam ligações coordenadas covalentes com o mesmo átomo de um metal. ASMEAD, 1996, comenta que pelo menos dois, às vezes três aminoácidos podem ligar-se ao mesmo átomo de metal, criando moléculas anelares bicíclicas (tipo dipeptideo) e tricíclicas ( tipo tripeptideo ). Uma vez quelado o mineral, os produtos que o compõem já não são aminoácidos ou íons de metal. Eles compartilham propriedades com os metais e aminoácidos, conservando, porém, propriedades exclusivas.


Para ser classificado como mineral quelatado, o agente quelante presente deve necessariamente (KRATZER; VOHRA, 1986 apud SPEARS, 1996) conter, no mínimo, dois grupos funcionais (oxigênio, nitrogênio, amino, hidroxila), capazes de doar um par de elétrons e combinar-se, através de ligações covalentes com um metal formando um anel heterocíclico com o metal. As ligações covalentes necessárias para a síntese de minerais orgânicos são resultantes da superposição das órbitas externas das moléculas. As ligações covalentes consomem altas quantidades de energia para a sua formação, sendo o tipo de união que se observa nas ligações peptídicas entre os aminoácidos e que só podem ser desfeitas por procedimentos drásticos como a hidrolise em ácido forte e alta temperatura (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2000). O conhecimento das interações e ligações entre as moléculas é o que permite a produção de minerais em forma orgânica estáveis, podendo desta forma alterar, desmontar e montar estruturas moleculares de interesse nutricional e zootécnico, aumentando assim a sua eficiência funcional.

Em resumo, os minerais em forma orgânica estão sendo considerados como a nova fronteira da mineralização pelos seguintes motivos:

► Melhoram o ganho de peso, a conversão alimentar e o desempenho dos animais domésticos;
► Reduzem as despesas com medicamentos por promoverem melhor estado de saúde;
► São mais biodisponíveis e menos tóxicos, constituindo-se, desta forma, em uma alternativa econômica e ambientalmente correta.

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