Na tarde de sexta-feira (17), pesquisadores da Embrapa, representantes de instituições bancárias, técnicos e consultores do agro validaram o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a segunda safra de milho no Estado de São Paulo, chamada de safrinha. A reunião virtual foi coordenada pela Embrapa, responsável pela metodologia de zoneamento. Na prática, essa ferramenta indica aos produtores os períodos de menor e de maior risco climático para a cultura. A partir de publicação de portaria pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o sistema bancário utiliza essas informações de pesquisa para definir parâmetros para o seguro rural.
O Zarc faz indicações de cenários de riscos climáticos por municípios e é atualizado regularmente, considerando situações de chuva, de textura de solo e de diferentes ciclos de cultura (precoce, médio, tardio). O analista Balbino Antonio Evangelista, da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO), fez uma apresentação técnica sobre a modelagem do sistema e explicou que os cenários são mostrados em escala de tempo decendial, ou seja, períodos de semeadura a cada dez dias. O ano tem, assim, 36 decêndios.
Em geral, o plantio de milho safrinha no Estado de São Paulo começa no final de dezembro e termina no início de março, quando o risco climático se torna elevado para o plantio na maior parte das regiões paulistas. Mas o zoneamento traz informações mais sofisticadas, calibradas para cada município.
Os pesquisadores José Ricardo Pezzopane, da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP), e Aryeverton Fortes, da Embrapa Informática Agropecuária (Campinas-SP), apresentaram dados detalhados. Em Avaré, por exemplo, onde predomina o solo de textura média, a abertura da janela de plantio ocorre no final de dezembro, com índice de sucesso de 80%. Em Paranapanema, onde o solo argiloso é mais comum, esse sucesso de 80% se repete do último decêndio de dezembro até o segundo de janeiro.
Em todo o mês de janeiro, o Zarc indica sucesso de 80% no plantio do milho safrinha para o município de São Carlos. No primeiro decêndio de fevereiro, ele diminui para 60%. “Já em Araraquara o plantio nessa época é mais arriscado porque a demanda hídrica é maior”, disse Pezzopane.
Em Manduri, em áreas com solo mais arenoso, o plantio deve ter 80% de sucesso no primeiro e segundo decêndios. No terceiro (após 20 de janeiro), cai para 70% e em todo o mês de fevereiro e nos primeiros dez dias de março fica na faixa de 60%. Ou seja, o plantio nesse município é possível até março.
Participantes da reunião aprovaram a metodologia e os resultados. O trabalho será agora encaminhado ao Mapa para que seja publicada portaria sobre as épocas mais indicadas para o plantio, sendo o resultado disponibilizado ao setor produtivo. Quem quiser conhecer mais a ferramenta e fazer consultas pode acessar este link: http://indicadores.agricultura.gov.br/zarc/index.htm. As informações também poderão ser obtidas por meio do aplicativo ZARC-Plantio Certo, para o sistema Android, disponibilizado de forma gratuita na loja de aplicativos.
Embrapa Pecuária Sudeste
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