Rafaela Pavani, da Iba é a responsável pela agenda de defesa florestal |
A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) é a associação responsável pela representação institucional da cadeia produtiva de árvores plantadas, do campo à indústria, junto a seus principais públicos de interesse. Para falar sobre a atuação da Ibá na agenda da defesa florestal, a analista de políticas florestais e bioeconomia na Ibá, Rafaela Pavani, palestrou 7º Workshop Embrapa Florestas/Apre, no dia 22. Pavani é engenheira florestal formada pela Esalq-Usp, mestranda em ciências florestais pela Unesp, com ênfase em proteção florestal e é responsável pela agenda deste tema.
A Ibá é constituída por 50 empresas e 10 entidades estaduais associadas e foi formada, em 2014, a partir da junção de outras quatro associações brasileiras: da indústria de painel de madeira (Abraf), da indústria de pisos e laminados de alta resistência (Abipa), dos produtores de florestas plantadas (Abiplar) e de celulose e papel (Bracelpa).
Com uma ampla atuação, a Ibá trata de diversos assuntos, incluindo a parte florestal, industrial, comunicação, relações governamentais, entre outros temas. Dentro dos comitês e grupos de trabalho são abordados vários temas. Na área de política florestal e bioeconomia, o Ibá atua diretamente na parte das associadas estaduais de biotecnologia, defesa florestal, Comitê Diretor Florestal e os Grupos de Trabalho (GT de Biodiversidade, GT de Licenciamento e de Proteção de Cultivares).
“O Comitê de Defesa Florestal surgiu a partir da demanda de um
portfólio maior de produtos registrados para o setor florestal, sempre
pensando no manejo de resistência”, conta a analista. Derivado do Comitê
Diretor Florestal, o Comitê de Defesa Florestal é composto pela
coordenação interna (Rafaela Pavani) e Externa (José Eduardo
Petrilli-Bracel), pelos representantes das empresas associadas e por um
Conselho Científico, composto pela Embrapa, IPEF e SIF/UV. “A
participação do conselho científico é muito importante para auxiliar
nossas discussões, que são muito baseadas na ciência, fazendo com que
elas tenham muito mais peso e tenhamos uma otimização de tempo, com a
presença do conselho científico para avançar nas dúvidas técnicas que
surgem”, explica.
Vários assuntos estão incluídos no escopo de
trabalho da Ibá, como o registro de defensivos, regulamentação e
acompanhamento de projetos de lei e consultas públicas; controle
biológico e uso de sulfuramida; comunicação de boas práticas do setor;
avaliação de risco de entrada de pragas e doenças e políticas de
pesticidas FSC.
De acordo com Pavani, várias conquistas para o setor
florestal foram obtidas graças à articulação da Ibá, como a aprovação
do estado de emergência para o cascudo serrador em acácia negra, no Rio
Grande do Sul; exclusão da vespa-da-madeira da Lista de Pragas
quarentenárias presentes; elaboração da análise de risco; plano de
contingência para a entrada de novas pragas e doenças no País e a
aprovação dos requisitos fitossanitários que permitem a importação do
pinus para fins comerciais e de pesquisa dos países do Mercosul.
Outra importante ação da Ibá tem sido fomentar a aproximação dos
pleitos do setor florestal com os órgãos do governo e das empresas
químicas. “Essa triangulação é muito importante para poder levar os
pleitos do setor para frente e envolve um grande trabalho de diálogo”,
explica. Desde 2015, a Ibá obteve êxito na aprovação de mais de 30
químicos para o setor, incluindo sete prioritários, além de outros
ganhos, como a aprovação em tempo recorde (1,5 ano) do Capture (FMC),
quando, em média, pode levar até oito anos para se obter o registro de
um produto químico, um exemplo que evidencia a efetividade do Comitê”,
diz Pavani.
Um outro assunto importante tratado dentro do
Comitê se refere aos inimigos naturais, uma importante ferramenta dentro
do Manejo Integrado de Pragas (Mip). De acordo com Rafaela Pavani, a
Ibá promove uma constante articulação referente aos processos de
importação de inimigos naturais, “buscando celeridade, desburocratização
e auxiliando os trâmites entre institutos de pesquisa e o Mapa. O
lançamento do Programa Nacional de Bioinsumos, pelo Mapa, será um
momento de impulsionar e buscar o registro de novos inimigos naturais
para o setor florestal”, conta.
O setor florestal possui um
grande interesse em possuir opções de locais para aquisição de inimigos
naturais, devido ao grande número de pragas que afetam o setor. Para
tanto, está sendo construída, no Ipef, uma biofábrica cooperativa, cujo
início das atividades está previsto para breve, segundo Pavani. Além
disso, buscando um maior esclarecimento sobre as Boas Práticas do setor,
a Ibá tem investido em materiais visuais referentes ao uso de
defensivos e controle biológico.
Entre os desafios citados
para o futuro, estão a manutenção do diálogo com o governo, o
compartilhamento dos resultados científicos para as partes interessadas e
a conciliação das necessidades entre as empresas florestais e os
institutos de pesquisa.
Embrapa Florestas
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