Ministro da Infraestrutura discute parceria em logística agropecuária entre Embrapa Territorial e EPL

O ministro Tarcísio de Freitas e o chefe-geral da Embrapa Territorial, Gustavo Spadotti - Foto: Vivian Chies

 

A Embrapa Territorial recebeu, em 27 de janeiro, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, que esteve em Campinas, SP, para visitar o Pátio Ferroviário da cidade. Na passagem pelo centro de pesquisa, o ministro conheceu como a Unidade emprega a inteligência, gestão e monitoramento territorial estratégico, particularmente no sistema dedicado à macrologística agropecuária brasileira (SITE-MLog).

De acordo com Gustavo Spadotti, chefe-geral da Embrapa Territorial, em reunião técnica com Freitas, foi apresentado como o SITE-MLog integra dados de produção das principais cadeias da agropecuária, com análises como a de concentração territorial, além de informações sobre exportação e os caminhos da safra. O conceito de bacias logísticas, integrante da plataforma, também foi explorado. Disponível atualmente para a cadeia de grãos, ele organiza o País em oito bacias, o que permite visualizar por onde escoam majoritariamente as safras de cada região.

Freitas afirmou que chamou sua atenção “a riqueza de detalhes, como as questões espaciais estão bem estudadas e materializadas”. “Com essa informação, conseguimos perceber como o agro vai se comportar nos próximos anos, qual vai ser a necessidade de infra e quais serão os gargalos que vão aparecer. Daí a gente vai projetar soluções de infraestrutura para acompanhar esse desenvolvimento do agro”, avaliou.

Durante o encontro, foi discutida uma cooperação técnica entre a Embrapa Territorial e a Empresa de Planejamento Logística (EPL), vinculada ao Ministério da Infraestrutura. Arthur Luis Pinho de Lima, presidente da EPL, acompanhou a visita. A parceria seria focada, inicialmente, em avançar no diagnóstico da bacia logística de Santos, que compreende áreas dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. 

“A bacia logística de Santos interessa para nós porque hoje temos projetos importantes em desenvolvimento, como a extensão da Ferronorte, o aumento de capacidade de malha paulista, o aumento de capacidade da linha da MRS e a própria privatização do Porto de Santos, que estão dentro desse eixo da bacia logística de Santos”, explicou o ministro.

Para Spadotti, da Embrapa Territorial, a bacia logística de Porto de Santos é uma das mais dinâmicas do País. “ Além de contar com uma diversidade de produtos do agro brasileiro, ela tem recebido atenção especial de investimentos, sejam planejados pelo governo ou promovidos pela iniciativa privada. Isso deve prover a essa bacia uma melhor zona de captação de cargas, com maior eficiência logística”, avaliou.

Ele acrescenta que a melhoria de eficiência na infraestrutura da bacia pode favorecer não só a exportação, pelo ganho de competitividade, mas também o mercado interno, já que “as rotas para o Porto de Santos também abastecem muitas unidades de processamento de produtos agropecuários”.

 

Sobre o SITE-MLog

Há quase quatro anos disponível gratuitamente no Portal Embrapa, o Sistema de Inteligência Territorial Estratégica da Macrologística Agropecuária Brasileira (SITE-MLog) já foi acessado por mais de 100 mil usuários. O impacto econômico promovido pela plataforma é estimado em até R$ 150 milhões. 

O SITE-MLog reúne dados dispersos em mais de 20 órgãos e instituições. Mais do que disponibilizá-los todos em um só local, a equipe da Embrapa Territorial (SP,) responsável pelo desenvolvimento padronizou, categorizou e espacializou as informações. Com isso, a plataforma permite gerar 500 mil mapas, além de fazer o download, em diferentes formatos, de dados sobre a logística dos dez produtos agropecuários que respondem por cerca de 90% das cargas no Brasil.

Para 2022, a Embrapa prepara uma nova versão do SITE-MLog, com aprofundamento das análises, a exemplo dos estudos sobre armazenagem. Outro tema sobre o qual a equipe se debruça é a retrologística, ou seja, a disponibilidade de carga para caminhões ou trens fazerem o caminho de volta até as fazendas e agroindústrias após levar produtos do agro aos portos ou outro destino. Informações sobre as cadeias produtivas e rotas comerciais de fertilizantes, corretivos e remineralizadores de solo estão sendo processadas em busca de soluções para a retrologística nas diferentes regiões. 

A equipe ainda se empenha na atualização das bacias logísticas da categoria Grãos (agrupado de milho e soja) e no delineamento de análises semelhantes para as dez cadeias produtivas já presentes no SITE-MLog: algodão, aves, bovinos, café, cana-de-açúcar, laranja, madeira para papel e celulose, milho, soja e suínos.

Vivian Chies (MTb 42.643/SP)
Embrapa Territorial

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