A relação entre as queimadas, os desmatamentos e os imóveis rurais no
bioma Amazônia foi divulgada pela Embrapa Territorial em uma nota
técnica, publicada em julho, no portal Embrapa. O trabalho se baseia no
cruzamento, um a um, dos pontos de calor dos satélites Aqua (Nasa -
Firms) com as coordenadas geográficas de imóveis rurais registrados no
Cadastro Ambiental Rural (CAR) e no censo agropecuário do IBGE e com
áreas desmatadas, mapeadas pelo Programa de Monitoramento de
Desmatamento (Prodes) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE). O estudo apresenta informações inéditas sobre a repartição das
queimadas em diferentes unidades de ocupação e uso das terras naquele
território, ao longo de 2019.
Em 2019, 90% dos pontos de calor detectados coincidiram com áreas mapeadas como de desmatamento acumulado. Segundo os dados matemáticos georreferenciados apurados, tais pontos de calor correspondem a apenas 5% dos imóveis rurais registrados no CAR, estabelecidos em áreas consolidadas da parte florestal do bioma Amazônia. Isso demonstra que a imensa maioria dos focos registrados em 2019, no bioma Amazônia, são queimadas, ou seja, uso do fogo na agropecuária, em sistemas de produção pouco tecnificados.
O tratamento destes dados geocodificados, todos do mesmo ano, sem nenhum anacronismo, possibilitou identificar 76.016 queimadas detectadas ao longo de 2019 coincidentes com as áreas mapeadas como desmatadas pelo programa Prodes/INPE, até julho de 2019. O trabalho excluiu as áreas não florestais do bioma que, por definição, não são desmatáveis, nem são monitoradas pelo Prodes/INPE. O número obtido corresponde a 89,8% das queimadas ocorridas em 2019 na área original florestal do bioma Amazônia. A análise destes dados mostrou que cerca de 90% das queimadas detectadas ocorreram em locais já desmatados, nos últimos séculos, décadas e anos, e estão associadas ao uso do fogo na agropecuária, em geral, por produtores pouco tecnificados.
Em outra etapa da pesquisa consistiu no tratamento geocodificado dos dados, de forma a confrontar a localização geográfica de cada uma dessas 76.016 queimadas detectadas com cada um dos perímetros de 489.808 imóveis rurais situados, total ou parcialmente, nessa área já desmatada do bioma Amazônia (agropecuária consolidada).
Após o processamento destes dados, foram identificadas ocorrências nos perímetros de somente 24.292 imóveis rurais, o que representa 5% dos 489.808 imóveis rurais existentes em áreas já desmatadas do bioma Amazônia. Ou seja, como coloca o estudo, 95% dos imóveis rurais situados nas áreas consolidadas de agropecuária no bioma Amazônia não fizeram o uso do fogo em suas práticas produtivas, em 2019.
Uma análise do perfil destes proprietários no CAR e no Censo Agropecuário de 2017 revelou serem pequenos agricultores. Carentes de recursos tecnológicos mais avançados para adotar em suas práticas de cultivo, esses homens do campo ainda se valem de técnicas primitivas para cultivar as suas terras. “Essa pequena fração de produtores rurais, em sua maioria os mais pobres, precisa de apoio técnico e financeiro para substituir o uso do fogo na agricultura por novas tecnologias. Esse é o caminho”, defende o pesquisador Evaristo de Miranda, chefe-geral da Embrapa Territorial e coordenador do estudo.
Os detalhes da pesquisa estão na nota técnica publicada no portal da Embrapa. Acesse-a aqui.
Em 2019, 90% dos pontos de calor detectados coincidiram com áreas mapeadas como de desmatamento acumulado. Segundo os dados matemáticos georreferenciados apurados, tais pontos de calor correspondem a apenas 5% dos imóveis rurais registrados no CAR, estabelecidos em áreas consolidadas da parte florestal do bioma Amazônia. Isso demonstra que a imensa maioria dos focos registrados em 2019, no bioma Amazônia, são queimadas, ou seja, uso do fogo na agropecuária, em sistemas de produção pouco tecnificados.
O tratamento destes dados geocodificados, todos do mesmo ano, sem nenhum anacronismo, possibilitou identificar 76.016 queimadas detectadas ao longo de 2019 coincidentes com as áreas mapeadas como desmatadas pelo programa Prodes/INPE, até julho de 2019. O trabalho excluiu as áreas não florestais do bioma que, por definição, não são desmatáveis, nem são monitoradas pelo Prodes/INPE. O número obtido corresponde a 89,8% das queimadas ocorridas em 2019 na área original florestal do bioma Amazônia. A análise destes dados mostrou que cerca de 90% das queimadas detectadas ocorreram em locais já desmatados, nos últimos séculos, décadas e anos, e estão associadas ao uso do fogo na agropecuária, em geral, por produtores pouco tecnificados.
Em outra etapa da pesquisa consistiu no tratamento geocodificado dos dados, de forma a confrontar a localização geográfica de cada uma dessas 76.016 queimadas detectadas com cada um dos perímetros de 489.808 imóveis rurais situados, total ou parcialmente, nessa área já desmatada do bioma Amazônia (agropecuária consolidada).
Após o processamento destes dados, foram identificadas ocorrências nos perímetros de somente 24.292 imóveis rurais, o que representa 5% dos 489.808 imóveis rurais existentes em áreas já desmatadas do bioma Amazônia. Ou seja, como coloca o estudo, 95% dos imóveis rurais situados nas áreas consolidadas de agropecuária no bioma Amazônia não fizeram o uso do fogo em suas práticas produtivas, em 2019.
Uma análise do perfil destes proprietários no CAR e no Censo Agropecuário de 2017 revelou serem pequenos agricultores. Carentes de recursos tecnológicos mais avançados para adotar em suas práticas de cultivo, esses homens do campo ainda se valem de técnicas primitivas para cultivar as suas terras. “Essa pequena fração de produtores rurais, em sua maioria os mais pobres, precisa de apoio técnico e financeiro para substituir o uso do fogo na agricultura por novas tecnologias. Esse é o caminho”, defende o pesquisador Evaristo de Miranda, chefe-geral da Embrapa Territorial e coordenador do estudo.
Os detalhes da pesquisa estão na nota técnica publicada no portal da Embrapa. Acesse-a aqui.
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