Produtores são orientados sobre ocorrência da podridão radicular de Phytophthora na região oeste da Bahia
Os primeiros sintomas da doença na região iniciaram na safra 2017/2018, quando ocorreu morte de plântulas e de plantas adultas com apodrecimento da raiz e escurecimento da haste. Tentativas para confirmação da causa do problema foram realizadas à época mas, no entanto, não foram observadas as estruturas típicas do patógeno nas amostras coletadas. “É um patógeno de difícil detecção, precisa ser feito um exame minucioso das raízes das plantas“, explica a pesquisadora Claudine Seixas, da Embrapa Soja, que atuou junto com pesquisadores da Embrapa Algodão e da Embrapa Cerrados, lotados no oeste baiano.
Em meados de dezembro de
2019, técnicos da Fundação Bahia e pesquisadores da Embrapa, coletaram
novas amostras de raízes de plantas de soja, de diferentes cultivares
com os mesmos sintomas já verificados anteriormente na região e, nesse
caso, foi confirmada a presença de estruturas características do
patógeno, confirmando-se assim a causa dos sintomas observados.
Os sintomas da podridão radicular de Phytophthora
podem ser observados desde a pré-emergência até o enchimento de
grãos. Pode ocorrer apodrecimento de sementes resultando em falhas no
estande inicial e necessidade de ressemeadura de área. As plantas
jovens, que são mais suscetíveis, morrem rapidamente. Plantas adultas
morrem lentamente, as raízes apodrecem, tornando marrom-escuras, que
progride para a haste e pode atingir as hastes laterais, as folhas
amarelecem e secam. Os sintomas ocorrem em reboleiras ou plantas
isoladas, em áreas de solo compactado e/ou com acúmulo de umidade.
“O patógeno não se dissemina pelo vento e o controle é feito pelo uso
de cultivares de soja resistentes, assim como com tratamento de sementes
com produtos específicos para esse tipo de patógeno e com o bom manejo
do solo que evite o acúmulo de água na superfície”, indica Rafael
Soares, pesquisador responsável pelos testes de reação de linhagens do
programa de melhoramento genético de soja da Embrapa. “No Brasil,
plantas com sintomas da doença já foram encontradas nos Estados do Rio
Grande do Sul, do Paraná, de Santa Catarina, de Mato Grosso do Sul, de
Minas Gerais, de Goiás, de Mato Grosso, do Tocantins e de São Paulo”,
complementa Soares.
“A Fundação BA, Embrapa e
instituições parceiras estão intensificando as pesquisas visando
determinar quais patótipo de P. sojae estão presentes na
região, para possibilitar mais agilidade e precisão na obtenção e a
indicação de cultivares resistentes adaptadas à região”, explica o
pesquisador Geraldo Estevam de Souza Carneiro, da Embrapa Cerrados.
“Também estamos intensificando pesquisas em parceria com produtores,
para a implementação de medidas de controle, de forma a evitar a
disseminação do patógeno e as consequentes perdas para produtores e
toda a sociedade regional”, comenta Fabiano Jose Perina, da Embrapa
Algodão.
A ocorrência da doença foi cadastrada no Sistema de
Registro de Ocorrências da Associação Estadual de Defesa Agropecuária
da Bahia (ADAB), instituição que vai colaborar na coleta e no registro
de novos casos dessa doença no estado. O alerta conjunto da Fundação
Bahia e Embrapa aos produtores está disponível em:
https://fundacaoba.com.br/publicacoes/
Embrapa Soja
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