Embrapa e Coopernova expandem parceria com pesquisa e transferência de tecnologia para ILPF, produção de biomassa e fruticultura


A Embrapa e a Cooperativa Agropecuária Mista Terranova (Coopernova) estão iniciando uma parceria no desenvolvimento de ações de pesquisa e de transferência de tecnologia voltadas para a produção de biomassa de eucalipto, sistemas de integração pecuária-floresta e cultivo de abacaxi.

As ações de pesquisa serão realizadas na chácara da cooperativa, em Terra Nova do Norte (MT). Serão montados ensaios de avaliação de materiais de eucalipto, com foco na produção de biomassa, e de abacaxi, visando o consumo in natura e a produção de polpa. Também  será montado um experimento de ILPF para avaliar distâncias entre renques de árvores e espaçamentos de plantio.

Além dessas pesquisas, serão montadas dez Unidades de Referência Tecnológica de integração de pecuária leiteira com eucalipto em propriedades de produtores cooperados.

A demanda para os trabalhos em conjunto foi levantada pela própria Coopernova. De acordo com o coordenador técnico Carlos Távora, a cooperativa é o maior consumidor de lenha da região e tem necessidade de garantir o fornecimento de biomassa para queima nas caldeiras de sua agroindústria. Com isso, ainda é possível diversificar as fontes de renda dos produtores.

Outro ponto é a possibilidade de aumentar o fornecimento de matéria prima para a cooperativa, que tem capacidade industrial ociosa tanto no laticínio quanto na produção de polpa.

“Com essa parceria teremos ganhos com a adoção de novas tecnologias na cadeia produtiva do leite. Ao trazer conforto térmico, estimular a reforma de pastagens e as boas práticas de manejo do gado, poderemos aumentar a produção. Para a região, poderemos trazer outras atividades aos produtores e agregar valor na renda deles. Indiretamente, teremos o aumento da cooperativa”, analisa Távora.

Condução dos trabalhos e capacitação

Toda a implantação e condução dos ensaios será feita pela equipe técnica da Coopernova. A cooperativa também será responsável pela escolha das propriedades onde serão instaladas as URTs e pela assistência técnica aos produtores. O início das atividades já está previsto para a safra 2018/2019.

“O fomento das mudas e da implantação das URTs vai ser feito pela cooperativa. A orientação técnica, o estudo de cada propriedade, bem como a orientação para a implantação será feito pela Embrapa, sempre acompanhado dos técnicos da Coopernova. Isso para que eles sejam treinados e capacitados e possam, depois, fazer a visitação rotineira, mantendo essa interface com a equipe da Embrapa”, explica o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agrossilvipastoril, Flávio Fernandes.

Flávio destaca ainda a relevância deste trabalho para a geração de informações técnicas importantes para as regiões norte, noroeste e norte de Mato Grosso, que possuem características muito semelhantes à região de Terra Nova do Norte.

“Teremos ainda a oportunidade de desenvolver ações de transferência de tecnologia que estão dentro da área de atuação dos projetos do Fundo Amazônia conduzidos pela Embrapa em Mato Grosso. Então vamos ampliar e dar forças as ações que desenvolveremos no Fundo Amazônia”, afirma.

Parceria de longa data

Embrapa Agrossilvipastoril e a Coopernova já possuem outras parcerias em andamento em pesquisas com maracujá e com pecuária leiteira na integração lavoura-pecuária-floresta. No caso do leite, a cooperação técnica envolve custeio de pesquisa, capacitação de equipe técnica e melhoria genética do rebanho dos produtores cooperados por meio do fornecimento de touros.

Gabriel Faria (MTB 15.624 MG JP)
Embrapa Agrossilvipastoril

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