Vacinação de Rebanho Bovino |
Manejo adequado na hora da imunização do rebanho é fundamental para aproveitar melhor o tempo e evitar perdas financeiras. Começa no início do mês de novembro a segunda etapa da campanha nacional de vacinação contra a febre aftosa, quando serão vacinados bovinos e bubalinos de todas as faixas etárias, na maior parte do País. A expectativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é de que mais de 150 milhões de bovinos e bubalinos sejam vacinados nesta etapa. Para que a imunização seja bem sucedida é necessário planejamento prévio para que se aproveite melhor o tempo dedicado ao manejo, consequentemente, evitando perdas financeiras. “A vacinação é um manejo aversivo e ainda encarado de forma negativa, por isso, devemos fazer de maneira racional e com toda certeza de que trará ganhos diretos, diminuição na perda de doses, número menor de agulhas tortas, redução de abscessos, menor índice de acidente de trabalho e com os animais, além da eficácia da imunização”, enfatiza Carla Ferrarini, zootecnista e coordenadora de marketing da Beckhauser.
Prezando pelo bem-estar animal, segurança e aplicando os
conceitos de manejo racional é possível obter benefícios
econômicos diretos, danificar menos equipamentos, correr menores
riscos de acidente no trabalho e melhorar a rotina das atividades da
fazenda. Para isso, a orientação da zootecnista é que a vacinação
seja feita de forma individual, sempre no tronco de contenção.
“Quando vacinamos o animal individualmente, no tronco de contenção
e não no tronco coletivo, deixamos o manejo mais rápido, fácil e
com menor estresse para o homem e para o animal. Na contenção
adequada, conseguimos reduzir as probabilidades dos animais subirem
uns nos outros, deitarem, pularem e ainda temos a certeza que
imunizamos de maneira correta, sem subdoses ou superdoses”,
ressalta. Com a proposta de orientar os produtores, a Beckhauser
produziu um capitulo especial de sua websérie sobre a importância
do manejo racional na saúde do gado. Todos os dados apresentados no
episódio são reais e enfatizam a importância da contenção
individual do animal, além de mostrar soluções práticas de como
deixar o manejo sanitário melhor, por meio do manejo racional.
Diferente do que se pensa, o manejo de vacinação no tronco de
contenção leva o mesmo tempo que no brete coletivo, além de ser
mais eficiente e barato. A conclusão é do ETCO (Grupo de Estudos e
Pesquisas em Etologia e Ecologia Animal), da Unesp/Jaboticabal.
Segundo o estudo feito pelo ETCO, o tempo médio gasto para vacinação
no tronco é menor que o gasto no brete (9,3 segundos contra 10,2
segundos por animal). No corredor, as interrupções para socorrer
acidentes, como levantar animais que caíram, acabam prolongando o
tempo de trabalho. Outra orientação é sempre deixar um
profissional exclusivo que cuidará da vacinação. Ele será
responsável pelos equipamentos usados no dia da vacinação,
verificar instalações e ajustes, caso seja necessário, além de
determinar o que cada membro da equipe fará no dia.
A condução dos
animais até o curral deve sempre ser realizada com calma, sem
correrias ou gritos. Pois, sob estresse, o bovino produz hormônios,
como cortisol, que têm consequências fisiológicas que fazem com
que o animal tenha menor probabilidade de reagir imunologicamente à
vacina ou a um vermífugo. Quando o pasto for distante do curral, os
animais devem ser conduzidos na tarde anterior, deixando-os passar a
noite no pasto próximo ao curral. O ideal é que o pasto tenha água,
sombra e cocho para proporcionar pequenas quantidades de alimento que
acostumem os animais a irem ao curral. “Use sempre um vaqueiro à
frente do rebanho, utilizando um aboio para chamar os animais. Nunca
utilize objetos pontiagudos, muito menos choque”, recomenda a
zootecnista.
Entre as orientações do Mapa, o produtor deve estar
atento. Ele é o responsável pela aquisição das vacinas em lojas autorizadas, por vacinar os seus animais e fazer a declaração ao
serviço veterinário oficial nos períodos estabelecidos. A dose de
vacina é de 5 ml por animal, independente da idade e deve ser
aplicada na tábua do pescoço, por via intramuscular ou subcutânea.
Além disso, as vacinas devem ser conservadas na temperatura de 2º a
8º C, desde sua aquisição até o momento da aplicação, para que
preserve sua qualidade e produza os efeitos protetores desejáveis. O
calendário completo e mais orientações sobre a Campanha de
Vacinação podem ser obtidas pelo site do IMA.
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