É época de distanciamento social, mas pragas e doenças na fruticultura desconhecem essa realidade. Todos os anos, independente de Pandemia, os fruticultores necessitam de orientação técnica para aprimorar o manejo nos pomares. Há cerca de dez anos, a Embrapa e parceiros implementaram o Sistema de Alerta Mosca-das-Frutas para a cultura do pessegueiro, e neste ano, mesmo vivendo a situação da presença do Coronavírus, o Serviço terá continuidade com adaptações às exigências do momento. A partir desta semana, serão realizadas as reuniões semanais e veiculados os novos boletins informativos para safra 2020/2021 para as Regiões de Pelotas e Serra Gaúcha.
As reuniões semanais entre técnicos e produtores parceiros serão virtuais, contando com maior integração e colaboração entre o grupo de trabalho das duas regiões. “No ano de 2020, a equipe da Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves, e parceiros, irão começar a participar das tradicionais reuniões que a Região de Pelotas promove para discussão da situação e definição das recomendações para os produtores”, pontua o pesquisador Dori Edson Nava, coordenador do Serviço.
Os boletins informativos divulgados, que apresentam um panorama de como está a presença da mosca e as recomendações técnicas para o momento da cultura, são frutos desses encontros. Ao longo do programa permanecem como parceiros as Secretarias de Agricultura dos municípios, Emater/RS- Ascar, Associação de Produtores de Pêssego, Sindicato de Trabalhadores Rurais, Universidades, Sindicato das Indústrias de Conservas da região de Pelotas, Cooperativas e Indústrias das regiões envolvidas.
Para o pesquisador Marcos Botton, da
Embrapa Uva e Vinho e que coordena o Sistema na Serra Gaúcha, o programa
tem sido uma importante ferramenta na tomada de decisão pelos
produtores. “Com a integração entre as regiões, teremos mais agilidade
para nivelar informações entre os principais polos produtores, adaptando
recomendações para as realidades locais”, avalia.
Outra
novidade que a equipe está preparando para essa Safra será a
reorganização da página do sistema com acesso facilitado aos materiais
técnicos, que estarão agrupados por temáticas, e deverá estar disponível
no início do mês de outubro.
Os produtores e técnicos interessados em receber o Boletim gratuitamente durante a safra da fruta podem solicitar a inscrição aqui.
Como funciona o Sistema:
O monitoramento da mosca-das-frutas será realizado em pomares de
produtores parceiros nos quais foram instaladas armadilhas, permanecendo
até o final da colheita. Às segundas-feiras, na região de Pelotas um
técnico do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pelotas irá percorrer
as unidades de observação em três municípios - Pelotas, Morro Redondo e
Canguçu.
Já na Serra, os técnicos da Emater/RS-Ascar irão monitorar as áreas de produção de pêssego em oito municípios - Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Cotiporã, Farroupilha, Nova Pádua, Pinto Bandeira, São Marcos e Veranópolis. A equipe do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS)- Campus BG, também irá apoiar a coleta de amostras.
O monitoramento das moscas-das-frutas é feito através da contagem de insetos capturados nas armadilhas McPhail (do tipo bola), para indicar se a população da mosca está alta ou baixa. O resultado do monitoramento das moscas é avaliado juntamente com os dados climáticos e com a fase do desenvolvimento do pêssego durante as reuniões. Essas informações irão compor o conteúdo dos boletins informativos, que são elaborados durante as reuniões semanais com as instituições parceiras e disponibilizados semanalmente na página do Sistema, via e-mail, whatsapp e nas redes sociais.
Bons resultados
A
decisão de criar o Sistema de Alerta surgiu depois da safra 2008/2009,
na qual caminhões lotados de pêssego foram perdidos na metade Sul do
estado em função do ataque da mosca-das-frutas e de alterações nos
produtos autorizados para a cultura. A crise foi uma oportunidade para
que o pesquisador Dori Edson Nava, da Embrapa Clima Temperado, criasse o
Sistema e implantasse uma nova visão na produção, com o monitoramento
da praga no campo e escolha do método de controle adequado para a
situação
Há quatro anos o sistema chegou na Serra Gaúcha, onde é realizado numa parceria entre Embrapa Uva e Vinho e Emater-RS/Ascar. Na avaliação do extensionista rural da Empresa de Extensão, Enio Ângelo Todeschini, que acompanha o sistema junto aos produtores, “o programa tem contribuído decisivamente na orientação dos fruticultores para o controle da praga de forma racional, com uso de iscas tóxicas e/ou aplicações de produtos registrados para a praga, refletindo em menor custo de produção e aumentando ainda mais a segurança alimentar para o consumidor”.
Cristiane Betemps (MTb 7418/RS)
Embrapa Clima Temperado
Embrapa Uva e Vinho
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