Medidas de biosseguridade adotadas pelas granjas, com o apoio do Governo de Minas Gerais, ajudam a alavancar o setor
A adoção de medidas que previnem o surgimento de doenças no plantel avícola, sobretudo da influenza aviária, também tem contribuído para alavancar a avicultura em Minas Gerais. Um frigorífico de São Pedro dos Ferros, no Território Caparaó, é exemplo disso. A empresa, que há três anos comercializava apenas espetinhos de frango, fabrica hoje 30 produtos diferentes, duplicou sua capacidade produtiva e já tem planos para exportar. Cuidados sanitários foram decisivos para o salto.
O resultado se deve, em boa parte, à fiscalização rigorosa feita pelo frigorífico nas granjas parceiras. “Isso contribui para a melhoria da qualidade do produto. Hoje, só fechamos contratos com empresas que seguem as medidas de biosseguridade. Ampliamos a planta e estamos aguardando a aprovação de uma licença para aumentar ainda mais a produção e, assim, vender para o mercado externo”, afirma a médica veterinária Maria Lúcia Triani, responsável técnica da empresa.
“Ao reforçar as ações para garantir a sanidade do plantel, as granjas aumentam seu poder de comercialização atendendo, além do mercado nacional, o internacional”, assinala a diretora executiva da Associação de Avicultores de Minas Gerais (Avimig), Marília Martha Ferreira.
Exportações
O Brasil é maior exportador de carne de frango no mundo, com 38,3% do mercado, seguido pelos Estados Unidos, com 28,1%, de acordo com dados divulgados pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) com base no relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (DAEU).
Com o registro de focos de gripe aviária em granjas no Chile e nos Estados Unidos no primeiro semestre deste ano, o Brasil entrou em alerta para evitar a entrada do vírus causador da doença no país. Como nunca houve casos em granjas brasileiras, há uma oportunidade para que o país amplie ainda mais suas vendas no mercado internacional.
A participação de Minas Gerais no total das exportações nacionais de carne de frango ainda é tímida, correspondendo a 5% do total. Já no segmento de ovos de consumo, o estado é o maior exportador brasileiro, tendo respondido, em 2016, por 40% das vendas externas do produto, de acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Proteína Animal (ABPA).
Potencial mineiro
De acordo com o superintendente de Abastecimento e Política Agrícola da Seapa, João Ricardo Albanez, Minas tem diversas características que podem ajudar a potencializar a expansão da avicultura.
“Nossa localização permite atender aos grandes centros consumidores do país. Para conquistar novos mercados, inclusive o externo, os produtores precisam estar à frente nas questões tecnológica e de gestão e desenvolver estratégias para reduzir o risco da atividade. Este movimento já está acontecendo em diversas regiões de Minas”, destaca Albanez.
Fiscalização
O Governo de Minas Gerais, por meio do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), tem realizado diversas vistorias nas granjas do estado para que os riscos sejam minimizados. O objetivo é que esses estabelecimentos adotem corretamente as medidas exigidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) como forma de prevenir a influenza aviária e outras doenças.
Em agosto, o IMA encerrou a segunda etapa da força-tarefa realizada junto às granjas em Pará de Minas, no Território Oeste. Foram vistoriadas 225 unidades avícolas comerciais ativas, o equivalente a 800 galpões com 14 milhões de aves alojadas. O município é um importante polo produtor de avicultura de corte, concentrando um grande número de granjas.
“O prazo para as granjas se adequarem às medidas de biosseguridade termina em fevereiro de 2018. Quem não cumpri-lo, não poderá mais alojar aves”, afirma a coordenadora do Programa Estadual de Sanidade Avícola, a médica veterinária Izabella Hergot.
Fonte: Agência Minas
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