Famílias descobrem aptidão para apicultura no Semiárido

 

A atividade de apicultura ainda é pouco explorada pela agricultura familiar no Semiárido, principalmente pela falta de conhecimento do importante papel das abelhas no ambiente e na geração de renda. O Projeto ‘Eólicas de Casa Nova’, iniciativa da Embrapa Semiárido e Chesf, com o apoio da prefeitura de Casa Nova (BA) e da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), vem conseguindo mudar a ideia dos produtores situados no entorno do Parque Eólico Casa Nova quanto à criação racional de abelhas da espécie Apis mellifera.
 
Antes do projeto, era comum aos moradores da região destruir os ninhos de abelhas devido ao desconhecimento das técnicas de captura e criação. Para transformar essa realidade, foi realizado um trabalho de sensibilização, destacando o potencial da área (abundante em água e flora) para a produção de mel. A ação rendeu bons frutos. Foi expressiva a mudança dos participantes, que passaram a enxergar a apicultura como uma oportunidade de negócio, internalizando também a relevância da polinização das abelhas para o meio ambiente. 

Os agricultores selecionados no projeto receberam capacitações sobre os princípios básicos da apicultura, doenças e pragas, produção de mel, boas práticas, além dos instrumentos necessários para iniciar corretamente a atividade. Com isso, nove apicultores conseguiram coletar 2.936 litros de mel em sua primeira extração, realizada no início do ano. Outros oito agricultores farão essa primeira coleta até o final de 2020.

Umas das produtoras satisfeitas é a Sueli Passos, do Sítio Caraíbas. Para ela, a iniciativa veio em boa hora e trouxe diversas melhorias no manejo das abelhas, ajudando a ampliar a renda e também a preservar a natureza.

Criação de abelhas ajuda na produção agrícola

De acordo com a professora da Univasf Eva Mônica, especialista em polinização e integrante do corpo técnico do projeto, o empenho dos agricultores vem sendo evidente, visto que a apicultura se tornou uma nova fonte de renda familiar que não interfere nas demais atividades agropecuárias das propriedades participantes.   
 
‘O apiário não necessita de manejo diário e nem de horário fixo, ou seja, não compete com outras formas de produção. Pelo contrário, acaba contribuindo com diversos aspectos como, por exemplo, o aumento da produtividade dos cultivos agrícolas por meio do processo de polinização realizado pelas abelhas, criando assim uma percepção mais cuidadosa quanto às questões ambientais’, explica a docente.
 
Com o sucesso da atividade, alguns produtores já começaram a expandir o seu apiário, adquirindo novas caixas a partir do povoamento daquelas entregues pelo projeto. As ações desenvolvidas também despertaram o interesse das famílias dos apicultores, principalmente dos jovens e mulheres, que vem participando ativamente das capacitações e auxiliando em todo o processo de produção.

Clarice Rocha (MTb 4733/PE)
Embrapa Semiárido

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